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Edição de muito cuidada execução gráfica, ilustrada com um retrato do autor por Cícero Dias, impresso em separado.

Poeta e ensaísta. Fez os estudos secundários na sua cidade natal e, ainda ali, frequentou a antiga e famosa Faculdade de Letras do Porto, que a ditadura de Salazar extinguiu e onde conheceu, não sem dele ter recebido salutares e perenes marcas intelectuais, o filósofo Leonardo Coimbra. Em 1929, juntou-se a este e a Sant’Anna Dionísio na revista A Águia. Nesse mesmo ano estrear-se-ia em livro, como poeta, com o volume Confusão, que, com as suas duas colectâneas seguintes (1934 e 1937) e os primeiros ensaios, mostrará, para Óscar Lopes, «uma rudeza ou bufonaria sem amabilidades, mesmo rítmicas, a que correspondia um conflito interno entre o lirismo já tradicional do alheamento, do isolamento, da insatisfação egotista, e o lirismo da adesão ao momento que passa». Para Gastão Cruz, «Nunca antes […] as fronteiras entre prosa e poesia se haviam diluído a tal ponto na poesia portuguesa. Mas também nunca os perigos dessa indeterminação se haviam mostrado tão nítidos». Daí que Eugénio Lisboa oportunamente lembre: «O próprio Casais Monteiro revelou frequentemente, junto dos amigos de Coimbra, as suas dúvidas quanto à sua vocação de poeta e quanto à eventual aceitação da sua poesia. Régio, em cartas particulares, encorajava-o, valorizando, com simpatia, a aparente “gaucherie” do verso de Casais. E, falando da poesia de João Falco (Irene Lisboa), nas páginas da Presença, observará mesmo: “A influência de Casais Monteiro na libertação do nosso verso moderno não pode deixar de ser reconhecida”.» Posteriormente, nos livros de poemas publicados entre 1948 e 1969, Óscar Lopes notará «uma tendência para maior regularidade rítmica» aliada «a uma aceitação quase clássica ou estóica de cada momento da vida efémera, aceitação tendente a minimizar o que num poema existe de voz pensante, para tudo apreender como simples inflexão objectiva».

30,00 

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Edição de muito cuidada execução gráfica, ilustrada com um retrato do autor por Cícero Dias, impresso em separado.

Poeta e ensaísta. Fez os estudos secundários na sua cidade natal e, ainda ali, frequentou a antiga e famosa Faculdade de Letras do Porto, que a ditadura de Salazar extinguiu e onde conheceu, não sem dele ter recebido salutares e perenes marcas intelectuais, o filósofo Leonardo Coimbra. Em 1929, juntou-se a este e a Sant’Anna Dionísio na revista A Águia. Nesse mesmo ano estrear-se-ia em livro, como poeta, com o volume Confusão, que, com as suas duas colectâneas seguintes (1934 e 1937) e os primeiros ensaios, mostrará, para Óscar Lopes, «uma rudeza ou bufonaria sem amabilidades, mesmo rítmicas, a que correspondia um conflito interno entre o lirismo já tradicional do alheamento, do isolamento, da insatisfação egotista, e o lirismo da adesão ao momento que passa». Para Gastão Cruz, «Nunca antes […] as fronteiras entre prosa e poesia se haviam diluído a tal ponto na poesia portuguesa. Mas também nunca os perigos dessa indeterminação se haviam mostrado tão nítidos». Daí que Eugénio Lisboa oportunamente lembre: «O próprio Casais Monteiro revelou frequentemente, junto dos amigos de Coimbra, as suas dúvidas quanto à sua vocação de poeta e quanto à eventual aceitação da sua poesia. Régio, em cartas particulares, encorajava-o, valorizando, com simpatia, a aparente “gaucherie” do verso de Casais. E, falando da poesia de João Falco (Irene Lisboa), nas páginas da Presença, observará mesmo: “A influência de Casais Monteiro na libertação do nosso verso moderno não pode deixar de ser reconhecida”.» Posteriormente, nos livros de poemas publicados entre 1948 e 1969, Óscar Lopes notará «uma tendência para maior regularidade rítmica» aliada «a uma aceitação quase clássica ou estóica de cada momento da vida efémera, aceitação tendente a minimizar o que num poema existe de voz pensante, para tudo apreender como simples inflexão objectiva».

Versos de Adolfo Casais Monteiro. Editorial Inquérito. Lisboa, 1944, 257 págs. Dura.

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Sem apontamentos.

Descrição

Edição de muito cuidada execução gráfica, ilustrada com um retrato do autor por Cícero Dias, impresso em separado.

Poeta e ensaísta. Fez os estudos secundários na sua cidade natal e, ainda ali, frequentou a antiga e famosa Faculdade de Letras do Porto, que a ditadura de Salazar extinguiu e onde conheceu, não sem dele ter recebido salutares e perenes marcas intelectuais, o filósofo Leonardo Coimbra. Em 1929, juntou-se a este e a Sant’Anna Dionísio na revista A Águia. Nesse mesmo ano estrear-se-ia em livro, como poeta, com o volume Confusão, que, com as suas duas colectâneas seguintes (1934 e 1937) e os primeiros ensaios, mostrará, para Óscar Lopes, «uma rudeza ou bufonaria sem amabilidades, mesmo rítmicas, a que correspondia um conflito interno entre o lirismo já tradicional do alheamento, do isolamento, da insatisfação egotista, e o lirismo da adesão ao momento que passa». Para Gastão Cruz, «Nunca antes […] as fronteiras entre prosa e poesia se haviam diluído a tal ponto na poesia portuguesa. Mas também nunca os perigos dessa indeterminação se haviam mostrado tão nítidos». Daí que Eugénio Lisboa oportunamente lembre: «O próprio Casais Monteiro revelou frequentemente, junto dos amigos de Coimbra, as suas dúvidas quanto à sua vocação de poeta e quanto à eventual aceitação da sua poesia. Régio, em cartas particulares, encorajava-o, valorizando, com simpatia, a aparente “gaucherie” do verso de Casais. E, falando da poesia de João Falco (Irene Lisboa), nas páginas da Presença, observará mesmo: “A influência de Casais Monteiro na libertação do nosso verso moderno não pode deixar de ser reconhecida”.» Posteriormente, nos livros de poemas publicados entre 1948 e 1969, Óscar Lopes notará «uma tendência para maior regularidade rítmica» aliada «a uma aceitação quase clássica ou estóica de cada momento da vida efémera, aceitação tendente a minimizar o que num poema existe de voz pensante, para tudo apreender como simples inflexão objectiva».

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