Poesias Completas (1951-1983)

«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»

20,00 

Poesias Completas (1951-1983)

20,00 

«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»

Poesias Completas (1951-1983) de Alexandre O’Neill. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 1984, 530 págs. Mole.

Alfarrabista


Sem apontamentos.

Descrição

«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»

Informação adicional

Peso 750 g

relacionados

Boletim Bibliográfico

Einstein Tinha Razão

Com o aparecimento da radioastronomia, das sondas planetárias e dos supercomputadores electrónicos como se manteve firme a mais falada teoria científica do nosso século? Ao fim de mais de 70 anos podemos finalmente perguntar-nos: “Einstein tinha razão?” Foi a esta questão que Clifford M. Will, um eminente físico norte-americano, dedicou as duas últimas décadas. E […]

7,00 

Literatura Portuguesa & Lusofona

Primo Basílio, O

Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época. Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É […]

3,50 

Literatura Estrangeira

Vida Amorosa de Nathiel P.

Nathaniel (Nate) Piven é uma estrela em ascensão. O seu primeiro livro vai ser publicado por uma editora importante, a sua reputação como crítico literário é irrepreensível, as mulheres adoram-no. Vive em Brooklyn há alguns anos, mas em termos sociais é como se tivesse acabado de chegar. Com estrondo. Nate deveria, pensamos, estar feliz. Mas […]

7,00 

0
    0
    Carrinho
    Carrinho VazioRegressar à Loja
    WhatsApp chat