Poesias Completas (1951-1983) de Alexandre O’Neill. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 1984, 530 págs. Mole.
«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»
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«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»
Poesias Completas (1951-1983) de Alexandre O’Neill. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 1984, 530 págs. Mole.
«(…) qual é o projecto de O’Neill? Parece que o projecto a cumprir coincide com o programa do surrealismo: a libertação total do homem e a libertação total da arte. O que implica: primeiro, uma poesia de «intervenção», exortando os homens a libertarem-se dos constrangimentos de toda a ordem que os tolhem e oprimem (familiares, sociais, morais, quotidianos, psicológicos, políticos, etc.); segundo, a libertação da palavra de todas as formas de censura (estética, moral, lógica, do bom-senso, etc.). Como se vê, um projecto revolucionário. E tanto mais revolucionário quanto sabemos que a recepção literária em Portugal se mostra pouco aberta às vanguardas (como já ficara provado relativamente à geração de Orpheu).
Consciente dessas limitações, O’Neill sente-as dramaticamente e, por um reflexo de desafio, exacerba a provocação.
A libertação da palavra é, por ordem, a primeira.
Com efeito, essa libertação é a sinédoque da libertação do homem. Como escreve Maurice Blanchot num belo artigo sobre o surrealismo, «les mots sont libres, etpeut-être peuvent-ils nous libérer; il ne suffit que de les suivre, de s’abandonner à eux, de mettre à leur service toutes les ressources de l’invention et de la mémoire».»
Peso | 750 g |
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