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Memória Doutro Rio

Memória Doutro Rio
Um dia, numa língua de areia, avistei dois corpos que se penetravam exasperados. Fiquei aterrado: primeiro pensei que ele a estava a matar, a seguir, que ambos estivessem a morrer, só depois percebi o que se passava, e o meu próprio corpo se exasperou. Quando acabaram, a mulher chorava e o homem quase lhe mijava em cima. Afastaram-se cada um para seu lado, sem trocarem palavra.
Contei o que vira a um pastor que encontrei mais abaixo. Pouco mais velho era do que eu, mas mostrou-me como o prazer não tem forçosamente que ver com a culpa. Quem não sabe que os corpos também podem ser conjunção de águas felizes?

Vertentes do Olhar
Composto por poemas em prosa, «Vertentes do Olhar» é composto por poemas que abarcam mais de quarenta anos de produção poética do autor. «Entre o mais antigo poema deste livro (“Fábula”, 1946) e o mais recente (“A Sereia do Báltico”, 1988) passaram mais de quarenta anos. É uma vida à procura de uma voz. A melodia do homem nasce dessa busca incessante: descobre-se quando nos descobrimos. Não foi fácil: desaprender custa mais do que aprender. Estarei agora, ao menos, mais perto desse dizer que ajude outros a falar?».

10,00 

Memória Doutro Rio

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Um dia, numa língua de areia, avistei dois corpos que se penetravam exasperados. Fiquei aterrado: primeiro pensei que ele a estava a matar, a seguir, que ambos estivessem a morrer, só depois percebi o que se passava, e o meu próprio corpo se exasperou. Quando acabaram, a mulher chorava e o homem quase lhe mijava em cima. Afastaram-se cada um para seu lado, sem trocarem palavra.
Contei o que vira a um pastor que encontrei mais abaixo. Pouco mais velho era do que eu, mas mostrou-me como o prazer não tem forçosamente que ver com a culpa. Quem não sabe que os corpos também podem ser conjunção de águas felizes?

Vertentes do Olhar
Composto por poemas em prosa, «Vertentes do Olhar» é composto por poemas que abarcam mais de quarenta anos de produção poética do autor. «Entre o mais antigo poema deste livro (“Fábula”, 1946) e o mais recente (“A Sereia do Báltico”, 1988) passaram mais de quarenta anos. É uma vida à procura de uma voz. A melodia do homem nasce dessa busca incessante: descobre-se quando nos descobrimos. Não foi fácil: desaprender custa mais do que aprender. Estarei agora, ao menos, mais perto desse dizer que ajude outros a falar?».

Memória Doutro Rio de Eugénio de Andrade. Limiar. Porto, 1978, 66 págs. Mole.

Alfarrabista


Sem apontamentos.

Descrição

Memória Doutro Rio
Um dia, numa língua de areia, avistei dois corpos que se penetravam exasperados. Fiquei aterrado: primeiro pensei que ele a estava a matar, a seguir, que ambos estivessem a morrer, só depois percebi o que se passava, e o meu próprio corpo se exasperou. Quando acabaram, a mulher chorava e o homem quase lhe mijava em cima. Afastaram-se cada um para seu lado, sem trocarem palavra.
Contei o que vira a um pastor que encontrei mais abaixo. Pouco mais velho era do que eu, mas mostrou-me como o prazer não tem forçosamente que ver com a culpa. Quem não sabe que os corpos também podem ser conjunção de águas felizes?

Vertentes do Olhar
Composto por poemas em prosa, «Vertentes do Olhar» é composto por poemas que abarcam mais de quarenta anos de produção poética do autor. «Entre o mais antigo poema deste livro (“Fábula”, 1946) e o mais recente (“A Sereia do Báltico”, 1988) passaram mais de quarenta anos. É uma vida à procura de uma voz. A melodia do homem nasce dessa busca incessante: descobre-se quando nos descobrimos. Não foi fácil: desaprender custa mais do que aprender. Estarei agora, ao menos, mais perto desse dizer que ajude outros a falar?».

Informação adicional

Peso 140 g

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