Descrição
Imagine-se que se trata de uma língua que desconhecemos completa mente, ou de uma cena atrás de um vidro, ou de um filme mudo. Os gestos e os sons e perceber que entre aqueles dois corpos se passa qualquer coisa que os isola de tudo o resto e os mete em tensão recíproca. Dar atenção a isto um tempo longo e espantar-se. Espantar-se de não haver mais nada senão sons, tudo vem atrás disso, o mexer dos rostos, as emoções, a tensão. Do espanto vem a filosofia, velho Aristóteles, deste espanto dos sons a filosofia da linguagem. Ou de alguém a ler, sozinho, uma carta e mostrar as mesmas reacções. São rabiscos num papel. O segredo está em os sons serem diferentes uns dos outros e se encadearem, tais diferenças dão sentido aos sons.