Crítica da Ciência à Negação da Ciência de Jorge Dias de Deus. Gradiva Publicações. Lisboa, 2003, 125 págs. Brochado.
«Diz BSS: “Em vez da eternidade, temos a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.” Descontando a “interpenetração”, que não sei o que é, e o “em vez da ordem a desordem” (estaria de acordo com: em vez de uma ordem estabelecida, a ordem a partir da desordem) subscrevo inteiramente a frase. E daí?
Há em todo o texto de BSS uma convicção e um voluntarismo que devem ser respeitados. Mas, realmente, não vejo que daí venha qualquer ameaça séria para o paradigma da ciência.
O discurso da queda iminente do paradigma da ciência faz-me lembrar os tempos do comunismo de Estado, em que se fazia o discurso da queda iminente do capitalismo, do imperialismo e de tudo o mais. Viu-se… A simplificação, de um problema, levada ao absurdo, para que aparentemente possa ser resolvido de acordo com os nossos desejos, é um erro que normalmente se paga caro.
É este o ponto principal de discordância com BSS. Não creio, independentemente do meu desejo, que haja uma crise no paradigma da ciência. Fomentar amanhãs alegremente catastróficos que não ocorrem, não parece boa política. Faz-me lembrar aquela história que me contou, há bem pouco tempo, um amigo russo: “Dantes (nos tempos do comunismo estatal), o nosso objectivo era chegar ao nível dos Estados Unidos, hoje, o objectivo anunciado pelo governo é chegar ao nível de Portugal…” Isto é, tantos anúncios de “revoluções”, para não se chegar a lado nenhum…»
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«Diz BSS: “Em vez da eternidade, temos a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.” Descontando a “interpenetração”, que não sei o que é, e o “em vez da ordem a desordem” (estaria de acordo com: em vez de uma ordem estabelecida, a ordem a partir da desordem) subscrevo inteiramente a frase. E daí?
Há em todo o texto de BSS uma convicção e um voluntarismo que devem ser respeitados. Mas, realmente, não vejo que daí venha qualquer ameaça séria para o paradigma da ciência.
O discurso da queda iminente do paradigma da ciência faz-me lembrar os tempos do comunismo de Estado, em que se fazia o discurso da queda iminente do capitalismo, do imperialismo e de tudo o mais. Viu-se… A simplificação, de um problema, levada ao absurdo, para que aparentemente possa ser resolvido de acordo com os nossos desejos, é um erro que normalmente se paga caro.
É este o ponto principal de discordância com BSS. Não creio, independentemente do meu desejo, que haja uma crise no paradigma da ciência. Fomentar amanhãs alegremente catastróficos que não ocorrem, não parece boa política. Faz-me lembrar aquela história que me contou, há bem pouco tempo, um amigo russo: “Dantes (nos tempos do comunismo estatal), o nosso objectivo era chegar ao nível dos Estados Unidos, hoje, o objectivo anunciado pelo governo é chegar ao nível de Portugal…” Isto é, tantos anúncios de “revoluções”, para não se chegar a lado nenhum…»
Crítica da Ciência à Negação da Ciência de Jorge Dias de Deus. Gradiva Publicações. Lisboa, 2003, 125 págs. Brochado.
«Diz BSS: “Em vez da eternidade, temos a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.” Descontando a “interpenetração”, que não sei o que é, e o “em vez da ordem a desordem” (estaria de acordo com: em vez de uma ordem estabelecida, a ordem a partir da desordem) subscrevo inteiramente a frase. E daí?
Há em todo o texto de BSS uma convicção e um voluntarismo que devem ser respeitados. Mas, realmente, não vejo que daí venha qualquer ameaça séria para o paradigma da ciência.
O discurso da queda iminente do paradigma da ciência faz-me lembrar os tempos do comunismo de Estado, em que se fazia o discurso da queda iminente do capitalismo, do imperialismo e de tudo o mais. Viu-se… A simplificação, de um problema, levada ao absurdo, para que aparentemente possa ser resolvido de acordo com os nossos desejos, é um erro que normalmente se paga caro.
É este o ponto principal de discordância com BSS. Não creio, independentemente do meu desejo, que haja uma crise no paradigma da ciência. Fomentar amanhãs alegremente catastróficos que não ocorrem, não parece boa política. Faz-me lembrar aquela história que me contou, há bem pouco tempo, um amigo russo: “Dantes (nos tempos do comunismo estatal), o nosso objectivo era chegar ao nível dos Estados Unidos, hoje, o objectivo anunciado pelo governo é chegar ao nível de Portugal…” Isto é, tantos anúncios de “revoluções”, para não se chegar a lado nenhum…»
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