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Corpo (Sub)exposto

tive um amigo. os amigos não se perdem. morrem. morrem brusca e de morte física como qualquer ramo de camélias esquecido numa jarra. permanece a memó- ria. este amigo de que vos falo era filósofo. perseguia as palavras e a morte e tudo o que dentro deste frágil equilíbrio ficava por dizer ou descodificar. quando lhe falei deste livro tão sub(exposto) disse-me numa vOZ de água que «teria todo o gosto>> em fazer o prefácio. depois vieram as chuvas e com elas o dilúvio. e quando acordámos a terra toda era uma «cabala» de núvens e palavras negras. ouvi via satélite que o meu amigo tinha morrido. tinha sido encontrado nu e frio num areal onde as serpentes se deitavam ao sol.

neste livro que se expõe aos relâmpagos aos gigantes e à terra de ninguém ficam as intenções de ser um barco de rumo certo. e como se fosse um prefácio, estas palavras são a eterna mágoa «dum beijo dormente de ópio, de cristal e anil na ideia de um país de gaze e abril em duvidosa e tremulante imagem…» (Mário de Sá-Carneiro)

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tive um amigo. os amigos não se perdem. morrem. morrem brusca e de morte física como qualquer ramo de camélias esquecido numa jarra. permanece a memó- ria. este amigo de que vos falo era filósofo. perseguia as palavras e a morte e tudo o que dentro deste frágil equilíbrio ficava por dizer ou descodificar. quando lhe falei deste livro tão sub(exposto) disse-me numa vOZ de água que «teria todo o gosto>> em fazer o prefácio. depois vieram as chuvas e com elas o dilúvio. e quando acordámos a terra toda era uma «cabala» de núvens e palavras negras. ouvi via satélite que o meu amigo tinha morrido. tinha sido encontrado nu e frio num areal onde as serpentes se deitavam ao sol.

neste livro que se expõe aos relâmpagos aos gigantes e à terra de ninguém ficam as intenções de ser um barco de rumo certo. e como se fosse um prefácio, estas palavras são a eterna mágoa «dum beijo dormente de ópio, de cristal e anil na ideia de um país de gaze e abril em duvidosa e tremulante imagem…» (Mário de Sá-Carneiro)

Corpo (Sub)exposto de Isabel Mendes Pereira. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 1983, 71 págs. Mole.

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Sem apontamentos.

Descrição

tive um amigo. os amigos não se perdem. morrem. morrem brusca e de morte física como qualquer ramo de camélias esquecido numa jarra. permanece a memó- ria. este amigo de que vos falo era filósofo. perseguia as palavras e a morte e tudo o que dentro deste frágil equilíbrio ficava por dizer ou descodificar. quando lhe falei deste livro tão sub(exposto) disse-me numa vOZ de água que «teria todo o gosto>> em fazer o prefácio. depois vieram as chuvas e com elas o dilúvio. e quando acordámos a terra toda era uma «cabala» de núvens e palavras negras. ouvi via satélite que o meu amigo tinha morrido. tinha sido encontrado nu e frio num areal onde as serpentes se deitavam ao sol.

neste livro que se expõe aos relâmpagos aos gigantes e à terra de ninguém ficam as intenções de ser um barco de rumo certo. e como se fosse um prefácio, estas palavras são a eterna mágoa «dum beijo dormente de ópio, de cristal e anil na ideia de um país de gaze e abril em duvidosa e tremulante imagem…» (Mário de Sá-Carneiro)

Informação adicional

Peso 130 g

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