Cleopatra de Auguste Bailly. Estúdios Cor. Lisboa, 1963, 195 págs. Mole.
De todos os nomes que nos vêm aos lábios, o de Cleopatra é um dos mais prestigiosos. Não é preciso muita imaginação para que aquelas sílabas nos despertem um conjunto de sensações poderosas e confusas tanto mais poderosas quanto mais confusas: céus e perfumes do Oriente, galeras de velas púrpura deslizando sobre um mar cintilante, o esplendor de um corpo banhado em aromas, em carícias misteriosas e irresistíveis, em ternuras e perfidias. apelos e recusas, tentações e abandonos, um enorme material decorativo e psicológico que o romantismo tem exagerado e exaltado. Fosse qual fosse a verdadeira morte de Cleopatra, e supondo que poderiamos chegar a uma certeza a esse respeito, ser-nos-ia impossível renunciar ao seio nu, a essa imperceptivel picada de serpente, achado verdadeiramente genial que junta o prestigio da morte a uma imagem de voluptuosidade e evoca de modo insidioso a satisfação de um desejo supremo e bizarro. Rodeada por todos os símbolos da lenda, Cleopatra não poderia ter outra morte. e o historiador, neste caso, tem de inclinar-se ante o poeta.
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De todos os nomes que nos vêm aos lábios, o de Cleopatra é um dos mais prestigiosos. Não é preciso muita imaginação para que aquelas sílabas nos despertem um conjunto de sensações poderosas e confusas tanto mais poderosas quanto mais confusas: céus e perfumes do Oriente, galeras de velas púrpura deslizando sobre um mar cintilante, o esplendor de um corpo banhado em aromas, em carícias misteriosas e irresistíveis, em ternuras e perfidias. apelos e recusas, tentações e abandonos, um enorme material decorativo e psicológico que o romantismo tem exagerado e exaltado. Fosse qual fosse a verdadeira morte de Cleopatra, e supondo que poderiamos chegar a uma certeza a esse respeito, ser-nos-ia impossível renunciar ao seio nu, a essa imperceptivel picada de serpente, achado verdadeiramente genial que junta o prestigio da morte a uma imagem de voluptuosidade e evoca de modo insidioso a satisfação de um desejo supremo e bizarro. Rodeada por todos os símbolos da lenda, Cleopatra não poderia ter outra morte. e o historiador, neste caso, tem de inclinar-se ante o poeta.
Cleopatra de Auguste Bailly. Estúdios Cor. Lisboa, 1963, 195 págs. Mole.
De todos os nomes que nos vêm aos lábios, o de Cleopatra é um dos mais prestigiosos. Não é preciso muita imaginação para que aquelas sílabas nos despertem um conjunto de sensações poderosas e confusas tanto mais poderosas quanto mais confusas: céus e perfumes do Oriente, galeras de velas púrpura deslizando sobre um mar cintilante, o esplendor de um corpo banhado em aromas, em carícias misteriosas e irresistíveis, em ternuras e perfidias. apelos e recusas, tentações e abandonos, um enorme material decorativo e psicológico que o romantismo tem exagerado e exaltado. Fosse qual fosse a verdadeira morte de Cleopatra, e supondo que poderiamos chegar a uma certeza a esse respeito, ser-nos-ia impossível renunciar ao seio nu, a essa imperceptivel picada de serpente, achado verdadeiramente genial que junta o prestigio da morte a uma imagem de voluptuosidade e evoca de modo insidioso a satisfação de um desejo supremo e bizarro. Rodeada por todos os símbolos da lenda, Cleopatra não poderia ter outra morte. e o historiador, neste caso, tem de inclinar-se ante o poeta.
Peso | 270 g |
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