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Bohemia Nova e Os Insubmissos

Edição fac-similada das revistas “Bohemia Nova” e “Os Insubmissos”, seguidas de “Nem cá nem lá” e ” Bohemia Velha”. Com que mãos desfolhar estas páginas tão raras, tão míticas, tão amadas, tão deceptivas, tão frágeis? Com que mãos abordar as folhas que traçam uma geração que não tem, no momento, o direito da palavra? Com que mãos a não ser as do mais delicado e rigoroso afecto? Com que mãos a não ser as que acolham, na efémera efervescência de um pequeno meio e de um momento, o conflito evidente da grande cena humana? Coimbra, Fevereiro de 1889. Nos dois meses seguintes, estarão sempre em palco, quase sem tempo para preparação de fundo, dois grupos que se confrontarão como antagónicos. António Nobre e Eugénio de Castro, seus conhecidos pólos. Com saídas de cena, reforços, piadas, insultos e um pequeno incidente de rua. Sob o grito de guerra, depressa escrito, “De lança em riste”. E com que mãos fechar este espaço emblemático da condição humana, incapazes que temos sido de substituir esta afirmação bélica, egoísta, pela aferição límpida da paz? É verdade que aqui não deflagrou como evidência a semente do fogo sagrado. É verdade que aqui não encontramos versos definitivos como os de Campos “Ir, ir, ir, ir de vez”. Acabamos por entender estas revistas como campos de plantações genéticas a decantar-se em livro, mallarmeanamente ainda e sempre para vir: “L’homme chargé de voir divinement”. Fundo garimpo escuro. Na insistente textura de carvão ainda, mostra que por nós passa a promessa possível de um trapézio de luz. E assegura, grato horizonte tão longamente procurado e ainda inatingido no século que corre, no silêncio final da Analogia, a tão grata certeza de “Irmos arando em um montão de estrelas”.

10,00 

Bohemia Nova e Os Insubmissos

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Edição fac-similada das revistas “Bohemia Nova” e “Os Insubmissos”, seguidas de “Nem cá nem lá” e ” Bohemia Velha”. Com que mãos desfolhar estas páginas tão raras, tão míticas, tão amadas, tão deceptivas, tão frágeis? Com que mãos abordar as folhas que traçam uma geração que não tem, no momento, o direito da palavra? Com que mãos a não ser as do mais delicado e rigoroso afecto? Com que mãos a não ser as que acolham, na efémera efervescência de um pequeno meio e de um momento, o conflito evidente da grande cena humana? Coimbra, Fevereiro de 1889. Nos dois meses seguintes, estarão sempre em palco, quase sem tempo para preparação de fundo, dois grupos que se confrontarão como antagónicos. António Nobre e Eugénio de Castro, seus conhecidos pólos. Com saídas de cena, reforços, piadas, insultos e um pequeno incidente de rua. Sob o grito de guerra, depressa escrito, “De lança em riste”. E com que mãos fechar este espaço emblemático da condição humana, incapazes que temos sido de substituir esta afirmação bélica, egoísta, pela aferição límpida da paz? É verdade que aqui não deflagrou como evidência a semente do fogo sagrado. É verdade que aqui não encontramos versos definitivos como os de Campos “Ir, ir, ir, ir de vez”. Acabamos por entender estas revistas como campos de plantações genéticas a decantar-se em livro, mallarmeanamente ainda e sempre para vir: “L’homme chargé de voir divinement”. Fundo garimpo escuro. Na insistente textura de carvão ainda, mostra que por nós passa a promessa possível de um trapézio de luz. E assegura, grato horizonte tão longamente procurado e ainda inatingido no século que corre, no silêncio final da Analogia, a tão grata certeza de “Irmos arando em um montão de estrelas”.

Bohemia Nova e Os Insubmissos de Vera Vouga [Ed.]. Campo das Letras. Porto, 1999. Mole.

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Descrição

Edição fac-similada das revistas “Bohemia Nova” e “Os Insubmissos”, seguidas de “Nem cá nem lá” e ” Bohemia Velha”. Com que mãos desfolhar estas páginas tão raras, tão míticas, tão amadas, tão deceptivas, tão frágeis? Com que mãos abordar as folhas que traçam uma geração que não tem, no momento, o direito da palavra? Com que mãos a não ser as do mais delicado e rigoroso afecto? Com que mãos a não ser as que acolham, na efémera efervescência de um pequeno meio e de um momento, o conflito evidente da grande cena humana? Coimbra, Fevereiro de 1889. Nos dois meses seguintes, estarão sempre em palco, quase sem tempo para preparação de fundo, dois grupos que se confrontarão como antagónicos. António Nobre e Eugénio de Castro, seus conhecidos pólos. Com saídas de cena, reforços, piadas, insultos e um pequeno incidente de rua. Sob o grito de guerra, depressa escrito, “De lança em riste”. E com que mãos fechar este espaço emblemático da condição humana, incapazes que temos sido de substituir esta afirmação bélica, egoísta, pela aferição límpida da paz? É verdade que aqui não deflagrou como evidência a semente do fogo sagrado. É verdade que aqui não encontramos versos definitivos como os de Campos “Ir, ir, ir, ir de vez”. Acabamos por entender estas revistas como campos de plantações genéticas a decantar-se em livro, mallarmeanamente ainda e sempre para vir: “L’homme chargé de voir divinement”. Fundo garimpo escuro. Na insistente textura de carvão ainda, mostra que por nós passa a promessa possível de um trapézio de luz. E assegura, grato horizonte tão longamente procurado e ainda inatingido no século que corre, no silêncio final da Analogia, a tão grata certeza de “Irmos arando em um montão de estrelas”.

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