Bicas e Bocas de Augusto Cid. Distri Editora. 1982. Mole.
O Bicas e o Bocas reúnem-se todas as terças-feiras num banco do jardim, mesmo debaixo do meu primeiro andar, ali no número três do Bairro do Diabo, mesmo ao lado da Alameda José Miguel Júdice.
Há anos que os vejo por lá e frequentemente aborreço-me com eles. É que muita gente que me vem visitar, que busca em mim explicação para coisas que não compreende ou tolera, acaba por ficar embevecida com os apartes do Bicas ou com as saídas do Bocas e depois já quase não liga ao que eu tenho para contar. É que muitas vezes um simples arregalar de olhos de um destes dois malandros diz mais que um milhão de laboriosas explicações. Sinto-me de alguma forma vingado por saber que é um par que não existe. Fossem as profundas divergências que existem na sociedade portuguesa possiveis de ser encaradas como o fazem estes dois adver sários e Portugal seria um país bem mais saudável do que é. Tenho mesmo a impressão que muitas vezes eles chegam a surpreender o próprio Cid, que deve andar a recear que um dia lhe deitem a lingua de fora a ele mesmo…
Se o leitor tem a memória curta (mal de que sofre muita gente, principalmente a que se ajeitou na vida) por essas páginas fora muita coisa para lhe fazer lembrar a história do que é hoje Portugal. Se gosta de se rir com as próprias misérias (o que aliás é a melhor forma de reagir a elas) não lhe vão faltar hipóteses de se encontrar nas páginas que se seguem. Se comprou o livro apenas porque acha que o Cid é óptimo e vale sempre a pena ter os livros dele, também acho muito bem. Aliás um dia alguém há-de folhear este livro e dizer: Portugal devia ser um país bem divertido nesta altura…>>
Mas nós bem sabemos que não é verdade…
10,00 €
O Bicas e o Bocas reúnem-se todas as terças-feiras num banco do jardim, mesmo debaixo do meu primeiro andar, ali no número três do Bairro do Diabo, mesmo ao lado da Alameda José Miguel Júdice.
Há anos que os vejo por lá e frequentemente aborreço-me com eles. É que muita gente que me vem visitar, que busca em mim explicação para coisas que não compreende ou tolera, acaba por ficar embevecida com os apartes do Bicas ou com as saídas do Bocas e depois já quase não liga ao que eu tenho para contar. É que muitas vezes um simples arregalar de olhos de um destes dois malandros diz mais que um milhão de laboriosas explicações. Sinto-me de alguma forma vingado por saber que é um par que não existe. Fossem as profundas divergências que existem na sociedade portuguesa possiveis de ser encaradas como o fazem estes dois adver sários e Portugal seria um país bem mais saudável do que é. Tenho mesmo a impressão que muitas vezes eles chegam a surpreender o próprio Cid, que deve andar a recear que um dia lhe deitem a lingua de fora a ele mesmo…
Se o leitor tem a memória curta (mal de que sofre muita gente, principalmente a que se ajeitou na vida) por essas páginas fora muita coisa para lhe fazer lembrar a história do que é hoje Portugal. Se gosta de se rir com as próprias misérias (o que aliás é a melhor forma de reagir a elas) não lhe vão faltar hipóteses de se encontrar nas páginas que se seguem. Se comprou o livro apenas porque acha que o Cid é óptimo e vale sempre a pena ter os livros dele, também acho muito bem. Aliás um dia alguém há-de folhear este livro e dizer: Portugal devia ser um país bem divertido nesta altura…>>
Mas nós bem sabemos que não é verdade…
Bicas e Bocas de Augusto Cid. Distri Editora. 1982. Mole.
O Bicas e o Bocas reúnem-se todas as terças-feiras num banco do jardim, mesmo debaixo do meu primeiro andar, ali no número três do Bairro do Diabo, mesmo ao lado da Alameda José Miguel Júdice.
Há anos que os vejo por lá e frequentemente aborreço-me com eles. É que muita gente que me vem visitar, que busca em mim explicação para coisas que não compreende ou tolera, acaba por ficar embevecida com os apartes do Bicas ou com as saídas do Bocas e depois já quase não liga ao que eu tenho para contar. É que muitas vezes um simples arregalar de olhos de um destes dois malandros diz mais que um milhão de laboriosas explicações. Sinto-me de alguma forma vingado por saber que é um par que não existe. Fossem as profundas divergências que existem na sociedade portuguesa possiveis de ser encaradas como o fazem estes dois adver sários e Portugal seria um país bem mais saudável do que é. Tenho mesmo a impressão que muitas vezes eles chegam a surpreender o próprio Cid, que deve andar a recear que um dia lhe deitem a lingua de fora a ele mesmo…
Se o leitor tem a memória curta (mal de que sofre muita gente, principalmente a que se ajeitou na vida) por essas páginas fora muita coisa para lhe fazer lembrar a história do que é hoje Portugal. Se gosta de se rir com as próprias misérias (o que aliás é a melhor forma de reagir a elas) não lhe vão faltar hipóteses de se encontrar nas páginas que se seguem. Se comprou o livro apenas porque acha que o Cid é óptimo e vale sempre a pena ter os livros dele, também acho muito bem. Aliás um dia alguém há-de folhear este livro e dizer: Portugal devia ser um país bem divertido nesta altura…>>
Mas nós bem sabemos que não é verdade…
Peso | 330 g |
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