O Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas foi uma organização feminista, dedicada à defesa dos direitos sociais e políticos das mulheres. Foi a mais importante e duradoura organização feminista da primeira metade do século XX em Portugal.
Em 1947, o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas organizou na Sociedade de Belas-Artes uma Exposição dedicada a Livros Escritos por Mulheres. No âmbito deste evento, a escritora e jornalista Manuela Porto apresenta uma palestra subordinada ao tema: “Virginia Woolf – o problema da mulher nas letras”, no qual discorre sobre os entraves postos às mulheres que querem ser escritoras, da falta de um espaço físico isolado até à falta de independência económica, fazendo pensar, também em geral, quais são as condições para que qualquer um possa escrever ou ser escritor.
O evento esteve sob a mira do Estado Novo. Alguns jornais afectos ao regime denunciam o evento considerando que um “a infiltração comunista que se esconde dentro do novo cavalo de Tróia, que dá pelo nome pomposo de Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas”, enquanto num outro afirmam que “O que o tal Conselho deseja é a emancipação e a cultura das mulheres. Mas o que propaga é a igualdade dos sexos; o divórcio ou o amor livre, a libertação da mulher da escravidão do lar, a pseudoemancipação sexual, etc. – toda a gama comunistoide.
Sem aviso prévio, a 28 de Junho Mário Madeira, Governador Civil de Lisboa encerra a sede do Conselho. Apesar de Mária Lamas tentar apelar junto das instâncias a reabertura do Conselho tal nunca viria a acontecer.
Segundo vários especistas, o êxito Exposição de Livros Escritos por Mulheres foi o factor chave que levou ao encerramento da agremiação.