Formado em Direito em Coimbra. Começou muito cedo (aos 15 anos) a publicar livros de versos Serão Ducal, Cálix de Amargura e Turris Ebúrnea são anteriores a 1910. É neste ano que publica Tronco Reverdecido, sob o pseudónimo de António de Monforte. A Epopeia da Planície (1915), Quando as Nascentes Despertam… (1921), Na Corte da Saudade (Sonetos de Toledo) (1922) e Chuva da Tarde (Sonetos de Amor) (1923) são os volumes de poesia que revelam Sardinha como um notável cultor dos metros tradicionais.
Mas é como doutrinador contra-revolucionário e agitador de ideias que António Sardinha mais se distingue no período imediatamente anterior à instauração do Estado Novo. Anti-republicano convicto, foi deputado durante o consulado de Sidónio Pais e viveu exilado na Espanha entre 1919 e 1921. Anti-republicano, antiliberal, defensor acérrimo de uma ideologia nacionalista, funda o Integralismo Lusitano, movimento de cujo órgão oficial – Nação Portuguesa – é director, na 2ª. série, entre 1922 e 1923.
Publica numerosa bibliografia doutrinária que fará dele um dos mais influentes intelectuais do seu tempo e certamente um dos grandes inspiradores da Revolução de Maio. O Valor da Raça (1915) foi a sua tese no concurso para assistente da Faculdade de Letras de Lisboa, em que foi reprovado. A Aliança Peninsular (1924), Ao Princípio era o Verbo (1924), Ao Ritmo da Ampulheta (1925) e Teoria das Cortes Gerais (1925) foram publicados ainda em vida do autor e caracterizam-se por uma revisão polémica das ideias históricas e culturais da sua época, à luz da ideologia e dos valores nacionalistas. Com Alberto Monsaraz, foi redactor-principal, a partir de 1917, do diário A Monarquia.
A influência de Sardinha não acabou com a morte prematura aos 37 anos. A sua obra (em verso e prosa) continuou a ser publicada postumamente e a agitar consideravelmente as ideias.