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Temas e Estruturas na Obra de Fernando Namora

Desde sempre, a crítica literária tem procurado apresentar-se como análise científica integral. Não seria justificável neste ensaio a pretensão de reflectir sobre a cientificidade de toda a crítica da literatura. Mas também é certo que, nessa perspectiva, o conteúdo temático dum autor, da sua obra ou duma corrente não poderia ser «apresentado como uma série aberta e desordenada, mas antes como um conjunto estruturado. A crítica (no sentido etimológico: o juízo) não pode ambicionar o rigor analítico senão na medida em que conseguir libertar-se das noções puramente intuitivas e marcadas por uma teleologia duvidosa, tais como as de «génio ou de «inspiração», concebidas desde Platão como inexplicável segredo de toda a arte. O artista sabe, decerto, que há momentos privilegiados particular mente propícios à criação – já Valéry falava, com justeza, de «estações do espírito» — mas o crítico não pode deter-se nesses dados: o seu objectivo é elucidar a organização interna e a finalidade da matéria de que se ocupa. Há, pois, que fixar um conjunto coerente de princípios a partir dos quais intentará legitimar a sua leitura e o seu trabalho de explicitação.

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Desde sempre, a crítica literária tem procurado apresentar-se como análise científica integral. Não seria justificável neste ensaio a pretensão de reflectir sobre a cientificidade de toda a crítica da literatura. Mas também é certo que, nessa perspectiva, o conteúdo temático dum autor, da sua obra ou duma corrente não poderia ser «apresentado como uma série aberta e desordenada, mas antes como um conjunto estruturado. A crítica (no sentido etimológico: o juízo) não pode ambicionar o rigor analítico senão na medida em que conseguir libertar-se das noções puramente intuitivas e marcadas por uma teleologia duvidosa, tais como as de «génio ou de «inspiração», concebidas desde Platão como inexplicável segredo de toda a arte. O artista sabe, decerto, que há momentos privilegiados particular mente propícios à criação – já Valéry falava, com justeza, de «estações do espírito» — mas o crítico não pode deter-se nesses dados: o seu objectivo é elucidar a organização interna e a finalidade da matéria de que se ocupa. Há, pois, que fixar um conjunto coerente de princípios a partir dos quais intentará legitimar a sua leitura e o seu trabalho de explicitação.

Temas e Estruturas na Obra de Fernando Namora de Pierrette e Gérard Calendar. Moraes Editores. Lisboa, 1979, 231 págs. Brochado.

Descrição

Desde sempre, a crítica literária tem procurado apresentar-se como análise científica integral. Não seria justificável neste ensaio a pretensão de reflectir sobre a cientificidade de toda a crítica da literatura. Mas também é certo que, nessa perspectiva, o conteúdo temático dum autor, da sua obra ou duma corrente não poderia ser «apresentado como uma série aberta e desordenada, mas antes como um conjunto estruturado. A crítica (no sentido etimológico: o juízo) não pode ambicionar o rigor analítico senão na medida em que conseguir libertar-se das noções puramente intuitivas e marcadas por uma teleologia duvidosa, tais como as de «génio ou de «inspiração», concebidas desde Platão como inexplicável segredo de toda a arte. O artista sabe, decerto, que há momentos privilegiados particular mente propícios à criação – já Valéry falava, com justeza, de «estações do espírito» — mas o crítico não pode deter-se nesses dados: o seu objectivo é elucidar a organização interna e a finalidade da matéria de que se ocupa. Há, pois, que fixar um conjunto coerente de princípios a partir dos quais intentará legitimar a sua leitura e o seu trabalho de explicitação.

Informação adicional

Peso 280 g

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