Ângulo Raso

«Fernanda Botelho tem trinta e um anos à data da primeira publicação de O Ângulo Raso, e neste romance já estão as linhas que a sua obra sempre perseguirá. Voltemos ainda ao motivo da geometria, lembrando o poema de abertura de As Coordenadas Líricas, de 1951: (…) A geométrica forma de meus passos procura um mar redondo. Levo comigo, dentro dos meus braços, oculto, todo o mundo. Sozinha já não vou. Apenas fujo às negras emboscadas. Em cada esfera desenho o meu refúgio – as minhas coordenadas. O percurso vital é representado no poema nos termos que descrevem o sistema horizontal de coordenadas geométricas do hemisfério superior – o vértice de que partem as linhas, ao desenhar um semicírculo, sãs as dos cento e oitenta graus do ângulo raso. Neste romance, Fernanda Botelho ilustra essa dupla dimensão: o observador pode mudar de nome mas ocupa sempre a posição central por efeito do trabalho sem mácula sobre a voz narrativa. O arco desenhado figura o movimento mental e a trama da história. Tudo parece regular na forma geométrica, mas não pode descartar-se que o mar redondo continua a ser buscado pelos passos do sujeito errante, vendo-se ao espelho da memória que se abate sobre o presente. Longe de simbolizar a paz, o ângulo raso não cessa de inquietar.»

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Ângulo Raso

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«Fernanda Botelho tem trinta e um anos à data da primeira publicação de O Ângulo Raso, e neste romance já estão as linhas que a sua obra sempre perseguirá. Voltemos ainda ao motivo da geometria, lembrando o poema de abertura de As Coordenadas Líricas, de 1951: (…) A geométrica forma de meus passos procura um mar redondo. Levo comigo, dentro dos meus braços, oculto, todo o mundo. Sozinha já não vou. Apenas fujo às negras emboscadas. Em cada esfera desenho o meu refúgio – as minhas coordenadas. O percurso vital é representado no poema nos termos que descrevem o sistema horizontal de coordenadas geométricas do hemisfério superior – o vértice de que partem as linhas, ao desenhar um semicírculo, sãs as dos cento e oitenta graus do ângulo raso. Neste romance, Fernanda Botelho ilustra essa dupla dimensão: o observador pode mudar de nome mas ocupa sempre a posição central por efeito do trabalho sem mácula sobre a voz narrativa. O arco desenhado figura o movimento mental e a trama da história. Tudo parece regular na forma geométrica, mas não pode descartar-se que o mar redondo continua a ser buscado pelos passos do sujeito errante, vendo-se ao espelho da memória que se abate sobre o presente. Longe de simbolizar a paz, o ângulo raso não cessa de inquietar.»

Ângulo raso de Fernanda Botelho. Livraria Bertrand. Amadora, s.d., 335 págs. Mole. 2ª Edição.

Alfarrabista


[Assinatura de posse]

Descrição

«Fernanda Botelho tem trinta e um anos à data da primeira publicação de O Ângulo Raso, e neste romance já estão as linhas que a sua obra sempre perseguirá. Voltemos ainda ao motivo da geometria, lembrando o poema de abertura de As Coordenadas Líricas, de 1951: (…) A geométrica forma de meus passos procura um mar redondo. Levo comigo, dentro dos meus braços, oculto, todo o mundo. Sozinha já não vou. Apenas fujo às negras emboscadas. Em cada esfera desenho o meu refúgio – as minhas coordenadas. O percurso vital é representado no poema nos termos que descrevem o sistema horizontal de coordenadas geométricas do hemisfério superior – o vértice de que partem as linhas, ao desenhar um semicírculo, sãs as dos cento e oitenta graus do ângulo raso. Neste romance, Fernanda Botelho ilustra essa dupla dimensão: o observador pode mudar de nome mas ocupa sempre a posição central por efeito do trabalho sem mácula sobre a voz narrativa. O arco desenhado figura o movimento mental e a trama da história. Tudo parece regular na forma geométrica, mas não pode descartar-se que o mar redondo continua a ser buscado pelos passos do sujeito errante, vendo-se ao espelho da memória que se abate sobre o presente. Longe de simbolizar a paz, o ângulo raso não cessa de inquietar.»

Informação adicional

Peso 285 g

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